Investigadores cumprem 26 mandados de prisão preventiva e 37 de busca e apreensão. Operação é realizada na capital, em Goiás, Minas Gerais e na Bahia.
Por Michele Mendes, TV Globo
26/04/2023 08h14 Atualizado há 6 horas
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26), uma operação contra um grupo suspeito de integrar um esquema especializado em furto e receptação de motocicletas. Ao todo, os investigadores cumprem 26 mandados de prisão preventiva e 37 de busca e apreensão.
Até a última atualização desta publicação, 21 pessoas haviam sido presas na capital. Os mandados judiciais são cumpridos em: São Sebastião, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Itapoã, Planaltina de Goiás, Cidade Ocidental (GO), Minas Gerais (MG) e Bahia.
O foco dos criminosos, segundo a Polícia Civil, são motociclistas que trabalham com entregas. As motocicletas furtadas eram adulteradas, ocultadas e vendidas a receptadores da capital e de outras unidades da federação.
“Os crimes atingem as camadas econômicas mais desfavorecidas, uma vez que as subtrações se direcionam a motocicletas de baixa cilindrada e de apelo popular, voltadas para a realização de serviços de entrega de bens e produtos, adquiridas em longos prazos de financiamento”, informou a Polícia Civil.
A operação, batizada de Motoqueiro Fantasma, é conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri). A investigação teve início após a Polícia Civil identificar aumento no número de furtos de motocicletas no Distrito Federal.
“[Para mascarar a venda], eles forneciam contas de terceiro para que fosse depositado o pagamento e repassado o dinheiro para os furtadores”, afirmou o delegado Guilherme Souza.
Divisão de tarefas
Suspeitos furtam moto no DF; Polícia Civil investiga — Foto: Reprodução
A suspeita da Polícia Civil é de que o grupo tenha furtado, ao menos, 31 motocicletas entre novembro de 2021 e abril de 2023. Os investigadores disseram ainda que os criminosos eram organizados e atuavam em núcleos:
Operacional: responsáveis pelos furtos das motocicletas, praticados principalmente na área central de Brasília;
Administrativo e logístico: responsáveis por ocultar, desmontar e adulterar as motocicletas, que eram levadas para chácaras e para casas dos suspeitos usadas como esconderijos. Nos locais, o chassi e placa eram modificados para a revenda;
Financeiro: nessa fase, os criminosos elaboravam a documentação das motocicletas para que elas ficassem aptas à venda.
Além disso, outros participantes do esquema eram responsáveis pelas vendas das motocicletas. Os veículos eram revendidos, principalmente, na Bahia e em Goiás.
As motocicletas eram transportadas por caminhonetes, vans e até caminhões, obtidos pelo líder do grupo criminoso.