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Passo a passo, Formosa faz a sua História em busca do progresso

Passo a passo, Formosa faz a sua História em busca do progresso

 

 (FORMOSA – 180 ANOS)

 

Prof. Dr. FÁBIO SANTA CRUZ

Coordenador do curso de História da UEG em Formosa e pesquisador doutor da História de Goiás

 

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As cidades do interior não costumam demonstrar muito interesse pela sua própria história. Faltam museus, arquivos e outras instituições desse tipo. Mas quando os fatos são expostos, os habitantes ficam encantados e curiosos. É o caso de Formosa, que acaba de completar 180 anos de emancipação.

 

Poucos sabem: o arraial dos Couros existe desde antes de 1750. Era um povoado distante e isolado, mas se beneficiava de uma rota comercial que vinha da Bahia, passava na região da Lagoa Feia e seguia para a cidade de Goiás e para Pirenópolis. Esta rota comercial dava aos produtores e comerciantes do arraial um certo estímulo econômico. Quando se emancipou de Luziânia, a população do local era bem pequena (menos de cinco mil moradores), mas havia alguns sinais de progresso. Veja o exemplo de José Rodrigues Chaves, que fundou em 1860 uma fábrica na vila Formosa da Imperatriz, às margens do rio Bandeirinha.

 

A fábrica de José Rodrigues Chaves foi uma das primeiras de Goiás dedicada à produção de instrumentos de ferro. Isso numa época em que quase todos os goianos só pensavam em plantar e criar gado. A empresa vendia seus produtos para a maioria das vilas e povoados de Goiás. Marcou época, mas funcionou por apenas uma década.

 

Você saberia dizer qual foi o primeiro bairro de Formosa? Se ...

 

Um pouco da história rápida de nossa cidade, sabemos que durante o início século XVIII a concentração do então Arraial de Couros era às margens da Lagoa Feia, próximo de onde foi construído a Estação Fiscal Registro da Lagoa Feia em 1.736.

 

Em 1877, Formosa recebeu a visita de um diplomata respeitado que ganhou até título de nobreza do imperador D. Pedro II. Seu nome era Adolfo de Varnhagen e o título concedido foi o de visconde de Porto Seguro. Ele defendia que a capital do Brasil fosse transferida para o interior do país e achava que o Planalto Central era a localização perfeita. Chegou à vila Formosa da Imperatriz montado a cavalo e gostou do lugar. Escreveu um relatório e um livro dizendo claramente que a nova capital brasileira devia ser construída entre as três grandes lagoas da região: Feia, Formosa e Mestre d’Armas. Quase aconteceu conforme a sua proposta. Brasília não está entre as três lagoas, mas foi construída bem próxima de Formosa (83 anos depois da visita do visconde).

 

 

Francisco Adolfo de Varnhagen, visconde de Porto Seguro (Vila de Sorocaba17 de fevereiro de 1816 — Viena26 de junho de 1878) foi um militardiplomata e historiador brasileiro, um renovador da metodologia de pesquisa histórica e autor de vários estudos, onde se destaca a primeira grande obra de síntese sobre a história do Brasil:

 

Hoje, uma das principais avenidas da cidade de Formosa se chama visconde de Porto Seguro. Justa homenagem ao diplomata que acreditou no potencial daquela pequena vila no interior de Goiás.

 

Rua Visconde na altura da Econômica Tecidos

 

A construção de Brasília, aliás, foi um momento decisivo para Formosa. As obras estimularam as migrações de trabalhadores, o povoamento, o comércio e passou a haver um intercâmbio de ideias cada vez maior. Com o aumento da movimentação comercial e a mudança de mentalidade, a cidade de Formosa entrou no caminho do desenvolvimento. Uma das empresas criadas no município poucos anos depois da fundação de Brasília foi o frigorífico Friboi. O dono era conhecido como Zé Mineiro e dois de seus filhos (Wesley e Joesley) nasceram em Formosa. São os mesmos Wesley e Joesley que ficaram conhecidos nacionalmente pelo seu envolvimento nas investigações da operação Lava Jato.

 

A Friboi cresceu tanto que saiu de Formosa, se transformou em JBS e se tornou uma das maiores multinacionais do planeta. Atualmente, movimenta bilhões de dólares, exporta produtos para mais de 150 países e contrata cerca de 215 mil empregados para trabalhar em suas linhas de produção.

 

A Friboi foi embora de Formosa, mas os agricultores do sul vieram para ficar. As décadas de 1970 e 1980 foram o período das grandes “migrações gaúchas” para diversas regiões do país. Alguns dos migrantes chegaram em Formosa e deram início ao agronegócio na cidade. Primeiro, produziam soja. Depois, outros gêneros. Atualmente, até uva niágara produzem. O agronegócio atraiu indústrias, como a Pioneer, que chegou a ser a empresa com o maior número de trabalhadores contratados em Formosa.

 

Em 1970 é criado, num escritório em Formosa, Goiás, o nome Friboi — uma junção entre as palavras “frigorífico” e “boi”

 

Em 1970 é criado, num escritório em Formosa, Goiás, o nome Friboi — uma junção entre as palavras “frigorífico” e “boi”

 

Os sulistas, depois de se acomodarem e prosperarem, se reuniram para fundar um CTG (Centro de Tradições Gaúchas) com o objetivo de preservar sua cultura. Assim surgiu, no fim da década de 1980, o CTG Querência Formosa, um dos maiores do Estado de Goiás. O tamanho do CTG revela o poder econômico da comunidade envolvida com o agronegócio.

 

Máquina agrícola em lavoura de soja de fazenda em Formosa (GO)

 

Da fábrica de José Rodrigues Chaves ao visconde de Porto Seguro. Da construção de Brasília às migrações gaúchas. Foi dando passos assim que Formosa seguiu em frente buscando riqueza e desenvolvimento. É uma história que a grande maioria dos formosenses mal ouviu falar, mas que certamente gostaria de conhecer melhor. Uma história que provoca interesse, curiosidade e que pode servir de exemplo para os desafios do presente e do futuro.

 

 

Vejas as fotos abaixo  

http://formosahistorica.blogspot.com/2011/10/fotos-antigas-de-formosa.html

 

Praça da Prefeitura (antigo Jardim Centenário)

 

Galeria de Fotos – Prefeitura Municipal de Formosa – GO

 

Formosa GO: Fotos Antigas de Formosa

 

Formosa GO: Fotos antigas da Banda Municipal de Formosa

 

 

Fotos Antigas – Prefeitura Municipal de Formosa – GO

 

 

Praça Imperatriz

 

 

Prédio da Prefeitura Municipal (no mesmo lugar de hoje)

 

 

 

Antigo Vista Panorâmica de Formosa olhando próximo do Pau Ferro para a saída de Brasilinha

 

 

Construção do Jardim Centenário (Praça da Prefeitura)

 

 

A parte ampliada da Rua do Norte, que chegava até o cemitério passou a se chamar por um tempo como Rua Dr. Pedro Ludovico e hoje se chama Avenida Jesulino Malheiros.