Resultado da safra representa aumento de quase 2% em relação ao ciclo anterior e é considerado um dos maiores para a produção local
Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno
A produção de soja no Distrito Federal está se concretizando como uma das maiores nos últimos anos. Para a safra 2022/2023 é esperado um aumento de 1,7% na colheita dos grãos, totalizando 318,5 mil toneladas de soja produzida em solo brasiliense. No ciclo anterior, o resultado total foi de 313,2 mil toneladas. A área de plantio teve acréscimo de 2,3% – passou de 84,2 mil hectares para 86,1 mil hectares entre uma safra e outra.
A produção de soja no Distrito Federal está se concretizando como uma das maiores nos últimos anos. Para a safra 2022/2023 é esperado um aumento de 1,7% na colheita dos grãos, totalizando 318,5 mil toneladas de soja produzida em solo brasiliense. No ciclo anterior, o resultado total foi de 313,2 mil toneladas. A área de plantio teve acréscimo de 2,3% – passou de 84,2 mil hectares para 86,1 mil hectares entre uma safra e outra.
De acordo com o gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Emater, Alessandro Rangel, “a soja tem se expandido tanto em produtividade como em área de plantio. Muitas áreas que eram destinadas a outras culturas estão sendo cedidas ao produto, com os produtores desistindo da atividade de hortaliças, por exemplo” | Fotos: Wenderson Araújo/CNA
As informações são do 9º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa para a produção foi elaborada após a pesquisa de campo, realizada na última semana de maio.
Em âmbito nacional, a soja também se destaca em relação ao crescimento. “O Brasil deverá colher nesta safra 155,7 milhões de toneladas, 24% superior ao obtido na última safra, em uma área cultivada de 44.031,7 mil hectares, confirmando, novamente, recordes históricos de área de plantio, produtividade e produção”, aponta o boletim da Conab.
As colheitas dos grãos, desde a semeadura até o transporte ao consumidor final, recebem o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Secretaria de Agricultura (Seagri). As duas entidades atuam juntas com políticas públicas que ajudam todo o setor agrícola da capital, para que os produtores alcancem melhor rendimento na colheita.
O secretário-executivo de Agricultura, Rafael Bueno, afirma que a cadeia de soja no DF se diferencia dos demais Estados brasileiros. “No Distrito Federal, cerca de 30% a 40% do que é produzido anualmente de soja é destinado a semente. E é uma semente básica, que tem o maior grau de relevância em termos de pureza genética, que é encaminhada para multiplicação aos Estados de Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Tocantins”, explica.
Para a safra 2022/2023 é esperado um aumento de 1,7% na colheita dos grãos, totalizando 318,5 mil toneladas de soja produzida em solo brasiliense. No ciclo anterior, o resultado total foi de 313,2 mil toneladas. A área de plantio teve acréscimo de 2,3%
Bueno ressalta que a pasta é parceira do produtor, implantando iniciativas de proteção e incentivo aos cultivos. “A soja é um dos principais produtos que temos hoje dentro da agricultura em larga escala no Distrito Federal, com o produtor batendo recorde de produção por área, que vem do alto grau tecnológico empregado nas lavouras”, diz.
Entre as ações, ele destaca a manutenção das estradas e o sistema de acompanhamento de plantas daninhas invasoras. “Nós também implantamos o vazio sanitário para a soja para a diminuir a ocorrência da ferrugem asiática e de outras doenças que podem se propagar de um ano safra para o outro em plantas baixas que acabam nascendo na lavoura”, completa.
Supersafra
O gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Emater, Alessandro Rangel, afirma que os dados confirmam a super safra deste ano em todo o país. “A soja tem se expandido tanto em produtividade como em área de plantio. Muitas áreas que eram destinadas a outras culturas estão sendo cedidas ao produto, com os produtores desistindo da atividade de hortaliças, por exemplo”, diz. “A Emater oferece toda a assistência técnica necessária ao cultivo, em parceria com diversos órgãos”.
Tendo em vista a alta disponibilidade do insumo no mercado, observa-se uma queda no preço por saca, conforme explica Rangel. Segundo ele, no ano passado, uma saca era comercializada por até R$ 200, enquanto, neste ano, o valor caiu pela metade. “O produtor agrícola é acostumado com as oscilações de mercado, é um brasileiro nato que não desiste nunca. Tivemos grandes lucros por três anos seguidos, mas veio a perda”, observa.
Responsável técnico da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), que reúne 180 associados, o engenheiro agrônomo e um dos principais produtores de soja do DF, Cláudio Malinski conseguiu colher mais de 80 sacas de soja por hectare enquanto a média da região foi de 68 sacas, também considerado um número elevado | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
Para a safra 2022/2023 é esperado um aumento de 1,7% na colheita dos grãos, totalizando 318,5 mil toneladas de soja produzida em solo brasiliense. No ciclo anterior, o resultado total foi de 313,2 mil toneladas. A área de plantio teve acréscimo de 2,3%
O engenheiro agrônomo e um dos principais produtores de soja do DF, Cláudio Malinski, avalia que o clima do DF foi favorável para a produção neste ano. “As chuvas foram bem regulares, ajudando no plantio. Eu, particularmente, consegui colher mais de 80 sacas de soja por hectare. Mas a média da região foi de 68 sacas, mas que também é um número elevado”, afirma.
Localizada no Núcleo Rural Jardim, na região do Paranoá, a propriedade tem 84 hectares destinados ao cultivo do insumo. Malinski também é o responsável técnico da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), que reúne 180 associados. A entidade conta com a assistência técnica da Emater.
Outras previsões
O 9º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023 da Conab também traz informações sobre o desenvolvimento de outras culturas no DF. Destaque para o girassol, que deve ter acréscimo de 17,3% na produtividade e de 15,4% na colheita. “A área semeada se mantém nos 700 hectares, semelhante ao cultivado na safra anterior. (…) As lavouras estão em fase reprodutiva, apresentando boas condições fitossanitárias”, avalia o relatório.
No caso do milho, observa-se crescimento de 2,1% na colheita das duas primeiras safras. Já sobre o trigo, o boletim aponta que “o cereal está em fase inicial de desenvolvimento vegetativo e perfilhamento, apresentando boas condições fitossanitárias, podendo expressar produtividades acima da média das safras anteriores”. Espera-se, portanto, alta de 1,9% na colheita da cultura.