União Brasil e PP oficializam ‘superfederação’, que terá as maiores bancadas do Congresso e mais de 1,3 mil prefeitos

União Brasil e PP oficializam ‘superfederação’, que terá as maiores bancadas do Congresso e mais de 1,3 mil prefeitos

 

União Progressista também terá a maior fatia de recursos públicos para campanha. Desembarque do governo Lula deve ser discutido em outra oportunidade.

 

Por Kevin LimaNathalia Sarmento, g1 — Brasília

19/08/2025 15h23  Atualizado há um dia

 

Uma convenção conjunta do União Brasil e do Progressistas (PP) oficializou nesta terça-feira (19) a criação de uma federação partidária entre as legendas.

 

Antes do encontro, pela manhã, dirigentes das siglas também aprovaram, em reuniões separadas, o estatuto da aliança, documento que vai guiar o funcionamento e a atuação da federação (veja mais detalhes aqui)

 

A chancela ao texto era uma das etapas necessárias para formalizar a aliança, anunciada há quase quatro meses, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Com o documento em mãos, a federação deve dar entrada no registro formal na Corte Eleitoral, o que deve ocorrer nos próximos dias.

 

Chamada de União Progressista, a aliança será a maior força partidária do país. A federação terá a maior bancada de deputados na Câmara, o maior número de prefeitos e as maiores fatias de recursos públicos para campanhas e despesas partidárias.

 

Ainda nesta semana, com a filiação da senadora Margareth Buzetti ao PP, a aliança deve ultrapassar PL e PSD e alcançar 15 senadores — a maior bancada na Casa. Veja os números da federação aqui.

 

Dirigentes da federação afirmam que a aliança deverá se posicionar de forma crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Os presidentes do PP (Ciro Nogueira) e do União Brasil (Antonio de Rueda) têm defendido o lançamento de uma candidatura de centro-direita em 2026.

 

O União tem um pré-candidato: o governador de Goiás Ronaldo Caiado. Mas Ciro Nogueira é um dos defensores de uma costura em torno do nome de Tarcísio de Freitas para o Planalto.

 

Governador de São Paulo e filiado ao Republicanos, Tarcísio foi um dos políticos que participou da cerimônia desta terça, em Brasília.

 

Ele celebrou o passo final da “superfederação” e afirmou que o Brasil “aguardava muito esse passo” para “discutir temas mais relevantes”.

 

União Brasil e PP fecham criação de uma federação partidária; Julia Duailib comenta

 

‘Superfederação’ em números

 

As tratativas entre União Brasil e PP são acompanhadas de perto por outros dirigentes partidários, que tentam projetar o tamanho do impacto da aliança nas campanhas de 2026.

 

A “superfederação” receberá a maior fatia — entre os 29 partidos registrados pelo TSE — do fundo público de financiamento de campanhas.

Levando em conta os valores distribuídos em 2024, o montante pode ser equivalente a quase R$ 1 bilhão.

Evento de anúncio da federação entre União e PP, em abril — Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Evento de anúncio da federação entre União e PP, em abril — Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

União Progressista em números:

109 deputados federais — maior bancada na Câmara dos Deputados

14 senadores por ora — deve chegar a 15 nesta semana e se tornar a maior bancada do Senado

 

1.335 prefeitos em todo o país — maior número de prefeituras, superando o PSD (889)

 

7 governadores — à frente de todos os outros partidos

 

R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral (números de 2024) — maior fatia da distribuição e R$ 67 milhões a mais do que o segundo colocado, o PL

 

R$ 197,6 milhões em fundo partidário (números de 2024) — maior volume de recursos, superando o PL

 

A superfederação União-PP, em valores — Foto: Arte/g1

 

A superfederação União-PP, em valores — Foto: Arte/g1

 

Ainda sem veto ao governo

 

Internamente, membros das siglas defendem que a federação discuta — mais à frente — a presença da União Progressista no governo Lula.

 

Hoje, os partidos possuem indicados em diversas camadas da administração pública. União e PP também contam com quatro ministros na gestão Lula.

 

O estatuto aprovado pelas siglas não traz qualquer veto à participação de membros no atual governo petista. Segundo dirigentes, o tema deve ser, no entanto, discutido em outra oportunidade.

 

Ao longo do evento desta terça, políticos discursaram com críticas ao governo Lula. Ronaldo Caiado disse que o grupo vai “libertar o Brasil das garras do PT”, e Ciro Nogueira acusou o petista de estar aliado a ditaduras e de provocar “inutilmente” o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

 

“Os últimos quatro anos têm sido um longo e decepcionante outono, com as folhas caindo e tudo muito sombrio. Ainda querem continuar para quê?”, afirmou Ciro.

 

Candidaturas e divisão de comando

 

Em 2026, segundo o estatuto da federação, as candidaturas para presidente e vice-presidente serão decididas pela comando nacional da aliança, a partir de indicações de cada partido.

 

Uma eventual coligação do grupo a outra candidatura ao Planalto também será decidida pela direção, ainda de acordo com o estatuto.

 

🔎As federações partidárias são um modelo de aliança que une duas ou mais siglas. Segundo as regras, os partidos passam a atuar como um só por, no mínimo, quatro anos.

 

Também devem ter alinhamento nas campanhas — ou seja, a federação deve caminhar de forma unificada nas disputas, definindo conjuntamente as candidaturas.

 

O manifesto de lançamento da federação afirma que o grupo terá como objetivo a “responsabilidade fiscal e responsabilidade social”.

 

Presidente do União, Antonio de Rueda afirmou que, nas eleições de 2026, a federação será “invencível”.

 

“Essa federação não é uma mera soma de números; é uma multiplicação de forças, uma sinergia que nos posiciona como a maior potência política do Brasil, com acesso aos maiores recursos do fundo eleitoral e partidário para impulsionar nossas ideias. Imaginem o impacto disso”, declarou.

 

O estatuto da federação estabelece que, até o fim de 2025, o comando será compartilhado entre Rueda e Ciro.

 

Além deles, nestes primeiros meses de funcionamento, a “superfederação” também terá em sua direção nacional:

 

ACM Neto;

Arthur Lira;

Davi Alcolumbre;

Ronaldo Caiado;

Pedro Lucas Fernandes;

Dr. Luizinho;

Cláudio Cajado; e

Ricardo Barros.

 

O estatuto também estabelece que, entre 2026 e 2029, a presidência será exercida exclusivamente por Antonio de Rueda. Ciro Nogueira ficará com a vice-presidência do grupo.

 

A ‘superfederação’ no Congreso

 

A aliança terá o maior número de deputados federais, um total de 109 parlamentares. A bancada, no entanto, pode reduzir no próximo ano com a janela partidária.

 

A União Progressista também deve oficializar, nos próximos dias, a filiação da senadora Margareth Buzetti ao PP, o que transformará o grupo na maior força do Senado com 15 senadores.

 

A 'superfederação' União-PP no Congresso — Foto: Arte/g1

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Colunista

Assinante

© 2023 Todos os direitos reservados