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Ministério dos Direitos Humanos ‘está de pé’, diz Macaé em cerimônia de posse 18 dias após nomeação

Deputada estadual por Minas Gerais assumiu a vaga de Silvio Almeida, demitido após denúncias de assédio sexual. Ex-ministro nega as acusações.

 

Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília

27/09/2024 11h45  Atualizado há 4 minutos

 

Lula dá posse à nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo Ricardo Stuckert / PR — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula dá posse à nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo Ricardo Stuckert / PR — Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossou nesta sexta-feira (27) Macaé Evaristo no cargo de ministra dos Direitos Humanos.

 

A posse, no Palácio do Planalto, ocorreu 18 dias após a nomeação de Macaé. Ela substituiu o jurista Silvio Almeida, demitido após se tornarem públicas denúncias de assédio sexual.

 

Entre as vítimas citadas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Almeida nega as acusações.

 

🔎Anielle marcou presença na posse de Macaé. Além dela, a escritora Conceição Evaristo, de quem a nova ministra é prima.

 

Após demitir Almeida, Lula anunciou em 9 de setembro a escolha de Macaé, deputada estadual em Minas Gerais e filiada ao PT.

 

A nova ministra, na ocasião, afirmou que as denúncias de assédio na pasta devem ser investigadas com rigor e com o “amplo direito de defesa”. Ela também defendeu respeito à privacidade das denunciantes.

 

Em três semanas no Ministério dos Direitos Humanos, Macaé trocou parte da equipe que estava na pasta e acompanhou Lula em viagens.

 

Nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. — Foto: Reprodução/CanalGov

Nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. — Foto: Reprodução/CanalGov

 

Desafio

 

Durante o discurso desta sexta, Macaé afirmou acreditar ser a “vocação do ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania cuidar da diversidade do país.”

 

Reforçou o impacto dos direitos humanos materializado na vida das pessoas comuns e citou sua trajetória.

 

“Tomo posse como ministra sabendo que minha maior credencial é ser uma professora absolutamente comum, mulher preta, professora, assistente social”, mencionou a nova ministra.

 

“Infelizmente, na nossa sociedade brasileira, muita gente tem concepção que direitos humanos é uma coisa de quem defende bandido. A gente tem um desafio fundamental para construir a ação destes ministérios. A gente precisa entender tensão entre afirmação e negação dos direitos humanos”, prosseguiu Macaé.

 

Macaé também ressaltou haver uma “nova investida do capital” que aposta na segregação social, racial e ambiental para “legitimar a opressão e extermínio de milhões de pessoas” como ela própria.

 

Outro ponto destacado pela nova ministra foi a família. Nesse contexto, ela destacou a necessidade de moradia e de crianças estarem na escola, mas também ressaltou a capacidade empreendedora da favela e de financiamentos públicos para negócios.

 

“Cuidar dessas mulheres, dessas famílias, é uma tarefa fundamental”, emendou.

 

A deputada estadual pelo PT de Minas, Macaé Evaristo, é a nova ministra de Direitos Humanos e Cidadania

 

A nova ministra

 

Macaé está licenciada do cargo de deputada estadual pelo PT em Minas Gerais. Ela foi eleita em 2022 com mais de 50 mil votos. Antes, foi vereadora de Belo Horizonte.

 

Professora, graduada em serviço social, mestre e doutoranda em educação, Macaé foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal (2005 a 2012) em Belo Horizonte e estadual (2015 a 2018) de Educação.

 

Macaé responde a um processo por improbidade administrativa na Justiça de Minas Gerais, em razão da suspeita de superfaturamento na compra de uniformes escolares quando era secretária em Belo Horizonte. Ela nega as acusações.

 

Macaé também no governo federal durante o governo de Dilma Rousseff. Em 2013 e 2014, foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC).

 

Ao longo de sua carreira política e profissional, coordenou programas como a implantação de Escolas Indígenas, a Escola Integral em Minas Gerais, a Escola Integrada em BH e as cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior, quando esteve no MEC.