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Secretária parlamentar de deputado distrital do PSol é presa em Planaltina

Maria José Costa Almeida era indicada do deputado Fábio Felix e estava lotada, até esta terça-feira (4/6), na Liderança do Bloco PSol/PSB

 

Isadora Teixeira

04/06/2024 16:13, atualizado 04/06/2024 19:37

 

A secretária parlamentar que trabalhava com o deputado distrital Fábio Felix (PSol), Maria José Costa Almeida, foi presa nessa segunda-feira (3/6). Ela estava lotada na Liderança do Bloco PSol/PSB, por indicação de Felix. Antes, Maria José atuava no gabinete do parlamentar.

 

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu o mandado de prisão expedido pela Vara de Execuções Penais (VEP), referente à condenação de Maria José por extorsão e ameaça, registradas em 2013 e 2014.

 

A sentença que condenou Maria José à pena de 4 anos, 9 meses e 6 dias já transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso. Após a prisão, Maria José foi exonerada, nesta terça-feira (4/6).

 

Liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Maria José foi condenada por exigir R$ 50 de beneficiários de programa social do Governo do Distrito Federal (GDF).

 

A denúncia contra Maria José cita, ainda, ameaça a uma moradora de Planaltina que se opôs à gestão dela como líder do movimento. De acordo com a acusação, Maria José se reuniu com familiares para expulsar a mulher, munidos de facas, peixeiras, pedras e paus.

 

Maria José também foi condenada por ameaçar outras três pessoas para força-las a sair acampamento localizado em Planaltina.

 

Foto fachada CLDF

 

O outro lado

 

O deputado distrital Fábio Felix disse à coluna que a condenação não tem relação com o mandato. “Espero que a Justiça seja feita pela liderança tão respeitada que ela é. Mas o que está nos autos não tem nenhuma relação com o mandato. O processo é de 2013”, afirmou.

 

Em nota, a assessoria do PSol “informa que a servidora foi contratada pelo Bloco pela reconhecida e respeitada luta em defesa do direito à moradia no DF”.

 

“Informa também que assim que a condenação foi comunicada à Câmara Legislativa, a servidora foi exonerada conforme norma do serviço público e em respeito à decisão da justiça. Importante ficar claro que o processo que resultou na condenação teve início no ano de 2013, sem qualquer relação com as atividades parlamentares dos deputados do PSOL, que elegeu seu primeiro deputado distrital somente em 2018”, disse o partido.

 

Alguns grupos saíram em defesa de Maria José, conhecida como Zezé. “Recebemos com indignação a notícia da prisão da companheira Zezé, uma liderança legítima e combativa dos movimentos de luta por moraria, reconhecida por todos os movimentos sociais do DF”, diz trecho da nota assinada pelo PSol-DF, PT-DF, PSB-DF, Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB Honestino Guimarães, entre outros.

 

Lutar não é crime! Repúdio à prisão de Zezé, do MTST de Planaltina

 

Recebemos com indignação a notícia da prisão da companheira Zezé, uma liderança legítima e combativa dos movimentos de luta por moradia, reconhecida por grande parte dos movimentos sociais do Distrito Federal.

 

A acusação se sustentou apenas em provas testemunhais, que não correspondem à verdade, e é mais um exemplo de criminalização de movimentos sociais, o que é histórico no Brasil. Não podemos aceitar que, em nome da justa luta pelo direito a uma casa para morar, mais uma mulher negra faça parte das estatísticas de encarceramento do Brasil.

 

Lutaremos até o fim para que a justiça reconheça a inocência de Zezé e lhe garanta a liberdade.

 

Assinam:

 

Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno
Coalizão Negra por Direitos
Movimento Negro Unificado DF – MNU
Movimentos dos Trabalhadores sem Terra – MST DF
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
Central Única dos Trabalhadores – CUT DF
Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães – DCE UnB
Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC
Terra de Direitos
União Nacional de Moradia Popular
PSOL-DF
PT-DF
PSB-DF
Rede Sustentabilidade
Unidade Popular pelo Socialismo – UP
Centro de Cultura Negra
Coletivo 14 de Março
Coletivo Juntas!
Coletivo Juntos!
Coletivo Movimenta
Coletivo Raízes do Baobá
Coletivo Sambadeiras de Roda – DF
Coletivo Yaa Asantewaa
Fogo no Pavio
Frente Distrital pelo Desencarceramento
Grupo Psicologia e Ladinidades/UnB
Grupo Saúde Mental e Militância no DF/UnB
ILÉ EIYELÉ OGÈ ASÉ OGODÒ ASÉ OSÀGÍYAN
Instituto Coletivo Black Divas
Instituto No Setor
MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas
Movimento Bem Viver
Perifa Connection
Rede Mulheres Negras de Alagoas
Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde – RENAFRO
Sindicato de Jornalistas Profissionais do Distrito Federal – SJPDF
Terreiro Umbanda Sagrada Cazua da Mãe Divina.”

 

 

A coluna tenta contato com a defesa de Maria José. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.