Em algumas situações, empresas diferentes apresentavam propostas idênticas, incluindo os mesmo erros de cálculo. São cumpridos 14 mandados de busca em quatro cidades.
Por Vitor Santana, g1 Goiás
31/01/2023 11h41 Atualizado há 8 horas
O Ministério Público faz uma operação nesta terça-feira (31) para investigar a existência de uma organização criminosa formada por empresas suspeitas de fraudar licitações em sete cidades do estado e órgãos do governo. Em algumas situações, empresas diferentes apresentavam propostas idênticas, incluindo os mesmo erros de cálculos.
A operação, chamada de Impostura, cumpre 14 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Hidrolândia. Os nomes dos investigados e das empresas não foram divulgados e, com isso, o g1 não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização dessa reportagem.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), quatro empresas foram criadas para participar das licitações para prestar serviços como iluminação pública, fornecimento de material didático, carimbos, envelopes, impressão de livros, emissão de boletos de arrecadação de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), compra de tendas, banheiros químicos e serviços de publicidade.
Há suspeita de fraudes em licitações com as prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Brazabrantes, Pontalina, Piracanjuba, Nerópolis, além de órgãos estaduais e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O Gaeco reforçou que, até o momento, não há indícios de envolvimento de servidores públicos no esquema.
MP faz operação para investigar suspeita de fraude em licitações com prefeituras de Goiás — Foto: MP/Divulgação
A Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou não foi acionada ou notificada pelo MP sobre a investigação e está à disposição para contribuir caso seja necessário. A reportagem não conseguiu contato com as demais cidades e órgãos citados até a última atualização.
Na fraude, as empresas se uniam e combinavam os preços das propostas de licitações. Assim, direcionavam a seleção para uma delas especificamente. Os sócios das empresas seriam laranjas ou ex-empregados.
As empresas compartilham, inclusive, alguns espaços para guardar veículos. O Gaeco informou que há veículos de uma companhia na sede da outra, reforçando a suspeita de ligação entre elas.
Os alvos dos mandados de busca e apreensão são as sedes das empresas, além da residência de sócios, representantes das companhias ou contadores. Os crimes investigados são falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.