Esquema de lavagem de dinheiro movimentou mais de R$ 50 bi em cerca de mil postos de gasolina
Os dados foram apresentados, nesta quinta-feira (28), em coletiva no Ministério da Justiça.
Por Larissa Lopes
, CBN — Brasília
28/08/2025 12h44 Atualizado há 5 dias
A Polícia federal realizou hoje uma mega operação contra um esquema no setor de combustíveis e fundos de investimentos que eram geridos pelo PCC. De acordo com as investigações, o grupo já movimentou 50 bilhões de reais em quatro anos. Nesta quinta-feira, 141 veículos foram apreendidos, 1.500 veículos sequestrados, mais de 300 mil reais em dinheiro apreendido, bloqueio de mais de um bilhão de reais e bloqueio total de 21 fundos de investimento. Foram alvos 41 pessoas físicas e 255 pessoas jurídicas.
O ministro da justiça, Ricardo Lewandovski, afirmou que essa é a maior operação da história no mercado de combustíveis.
De 14 mandados de prisão expedidos pela justiça, apenas 6 pessoas foram presas. E com o isso, o diretor da PF , Andrei Rodrigues, afirmou que vai apurar de houve vazamento de informações sobre a operação.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, até deu um balanço aqui. Segundo ele, foram 141 veículos apreendidos, e também mais de 300 mil reais de dinheiro em teste apreendido.
141 veículos apreendidos, 1.500 veículos sequestrados, mais de 300 mil reais em dinheiro apreendido, 41 pessoas físicas, 255 pessoas jurídicas, bloqueio de mais de 1 bilhão de reais, e bloqueio total de 21 fundos de investimento, fundos fechados de investimento. Ainda foram encontrados fracionamentos de depósitos, empresas de fachadas, contribuições, adulteração e fraude na venda dos combustíveis, lavagem futura. Então, são vários braços de atuação dessa quadrilha, e também esses números que chamam bastante a atenção.
Os criminosos usavam fintechs e fundos de investimento para lavar dinheiro. Inclusive o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a elas terão maior fiscalização, e serão submetidas ao mesmo rigor dos bancos. Ainda conforme o ministro, a operação estrangulou o crime.
A partir de amanhã, as fintechs terão tratamento de banco. Ou seja, elas terão que prestar os mesmos esclarecimentos sobre movimentação financeira. E nós vamos poder, a partir daí, destrinchar outros esquemas de lavagem de dinheiro com muito mais rapidez, para que o trabalho não seja manual, para que o trabalho de inteligência possa contar não apenas com a digitalização mas também com a inteligência artificial que a receita j usa em outros procedimentos digitalizados a autoriza do banco central
Foram duas operações com ligações entre si, e com alguns alvos em comum. A operação Quasar identificou um esquema que usava fundos de investimento para ocultar o patrimônio de origem ilícita que estaria ligado com as facções criminosas. São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, em Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro de fundos de investimento, além de cerca de R$ 1,2 bilhão.
Já a Operação Tank tem como objetivo desmantelar uma rede de lavagem de dinheiro identificada no Paraná. O grupo criminoso atuava desde 2019, suspeito de ter lavado ao menos R$ 600 milhões, movimentando R$ 23 bilhões no meio dessa rede composta por empresas, incluindo também postos de combustíveis e instituições de pagamento digitais.
Foram cumpridos mandados em mais de 300 alvos em oito estados — Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Paraná (PR), Rio de Janeiro (RJ), Santa Catarina (SC) e São Paulo (SP) —, com bloqueio judicial de mais de R$ 1 bilhão em bens. As investigações apontam que o grupo movimentou valores bilionários de 2020 a 2024, com importações de combustíveis que somaram mais de R$ 10 bilhões, créditos tributários já constituídos pela Receita no valor de R$ 8,67 bilhões, movimentações financeiras de R$ 52 bilhões em mais de mil postos de combustíveis em dez estados — Bahia (BA), Goiás, Maranhão (MA), Minas Gerais (MG), Paraná, Piauí (PI), Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul (RS), São Paulo e Tocantins (TO) — e, ainda, R$ 46 bilhões operados por fintechs que funcionavam como bancos paralelos da organização.