Ataques de Israel a hospital em Gaza deixam 20 mortos, incluindo 5 jornalistas

Ataques de Israel a hospital em Gaza deixam 20 mortos, incluindo 5 jornalistas

 

Segundo bombardeio ocorreu quando jornalistas e equipes de resgate estavam no local, no hospital Nasser, no sul de Gaza. Israel disse lamentar ocorrido e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o classificou como ‘acidente tráfico’.

 

Por Redação g1

25/08/2025 05h37  Atualizado há uma hora

 

Um ataque em sequência de Israel a um hospital no sul da Faixa de Gaza nesta segunda-feira (25) deixou 20 mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas.

 

Cinco vítimas eram jornalistas da imprensa internacional. As agências Reuters e Associated Press confirmaram que funcionários foram mortos nos ataques. Eles foram identificados como:

 

Hussam al-Marsi, repórter da Reuters;

 

Mariam Dagga, videojornalista e colaboradora da Associated Press;

 

Mohammad Salama, fotógrafo da TV catari Al Jazeera;

 

Moaz Abu Taha, que prestava serviços à TV americana NBC;

 

Ahmed Abu Aziz, que trabalhava para veículos árabes.

 

A Reuters disse que outro funcionário, o fotógrafo Hatem Khaled, ficou ferido em um dos bombardeios.

 

Uma transmissão ao vivo da Reuters que era feita de cima do hospital no momento da primeira explosão foi interrompida.

 

Imagens registraram, de dentro e de fora do hospital, o momento em que o segundo míssil atinge o hospital (veja vídeo acima). Atenção: as imagens são fortes.

 

O hospital foi atingido com dois mísseis. Testemunhas disseram à Reuters que houve um intervalo entre os dois ataques: a segunda ofensiva, de acordo com os relatos, ocorreu depois que equipes de resgate e jornalistas estavam no local.

 

Ahmed Abu Aziz, Moaz Abu Taha, Mariam Abu Dagga, Mohammed Salama e Hussam al-Masri — Foto: REUTERS / Redes sociais

 

Ahmed Abu Aziz, Moaz Abu Taha, Mariam Abu Dagga, Mohammed Salama e Hussam al-Masri — Foto: REUTERS / Redes sociais

 

O Exército israelense confirmou o ataque e disse não ter tido jornalistas como alvo e afirmou que abriria uma investigação. “Deixe-me ser claro: as Forças de Defesa de Israel não miram civis”, disse um porta-voz do órgão.

 

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, classificou o ocorrido como um “acidente trágico”.

 

Israel não permite a entrada em Gaza de repórteres de agências de notícias ou grandes veículos internacionais para cobrir o conflito, o que contraria diretrizes da ONU que asseguram o direito da presença de jornalistas dentro de zonas de guerra. Para contornar a questão, meios de comunicação internacionais contratam jornalistas locais para reportarem a situação de dentro do enclave.

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou “não estar feliz” com o ataque israelense: “Não quero ver isso”, disse durante coletiva na Casa Branca —os EUA são os maiores aliados de Israel. Trump fez novos apelos por um acordo para a libertação dos reféns israelenses ainda em poder do Hamas.

 

Palestinos encontram equipamentos de filmagem em local de ataque israelense no Hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, em 25 de agosto de 2025. — Foto: REUTERS/Hatem Khaled

 

Palestinos encontram equipamentos de filmagem em local de ataque israelense no Hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, em 25 de agosto de 2025. — Foto: REUTERS/Hatem Khaled

 

Em comunicado, a Reuters lamentou as mortes dos jornalistas:

 

“Estamos devastados com a notícia da morte do contratado da Reuters Hussam al-Masri e dos ferimentos de outro de nossos contratados, Hatem Khaled, em ataques israelenses ao hospital Nasser, em Gaza, hoje. Estamos buscando urgentemente mais informações e pedimos às autoridades em Gaza e em Israel que nos ajudem a conseguir assistência médica imediata para Hatem”, disse um porta-voz da agência.

 

No início de agosto, outros cinco profissionais da emissora Al Jazeera morreram em um ataque de Israel. O país acusou os jornalistas de integrarem o Hamas, o que a “Al Jazeera” nega.

 

O ataque ocorre em meio a uma intensificação da ofensiva israelense em Gaza, com o início de uma ampla operação terrestre para tomar a Cidade de Gaza e, posteriormente, a totalidade do território palestino. Tanques israelenses foram vistos se posicionando na fronteira com Gaza nesta segunda-feira.

 

Segundo o Sindicato dos Jornalistas Palestinos, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. A Associação de Jornalistas Internacionais condenou o ataque.

 

A guerra na Faixa de Gaza começou em outubro de 2023, depois de terroristas do Hamas invadirem o sul de Israel, matando 1.400 pessoas e sequestrando centenas de outras. Em Gaza, os ataques de Israel já deixaram mais de 63 mil mortos, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território palestino, controlado pelo Hamas. A ONU diz ter verificado o balanço do ministério.

 

Fumaça é vista após uma explosão durante uma operação israelense, na Cidade de Gaza nesta segunda (25) — Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas

 

Fumaça é vista após uma explosão durante uma operação israelense, na Cidade de Gaza nesta segunda (25) — Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas

 

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