Ex-presidente afirma que apenas leniência de todos facilitou quebra-quebra em Brasília no dia da diplomação do petista
A temporada de acusações graves, sem exibição de provas, está aberta em 2024. Depois de Alexandre de Moraes acusar envolvidos no 8 de janeiro de planejar e ameaçar seu enforcamento, agora é a vez de Lula acusar um “pacto”, sem qualquer tipo de prova, entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o Exército e a Polícia do Distrito Federal durante os ataques a ônibus em Brasília em 12 de dezembro de 2022.
A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo, nesta sexta-feira, 8.
Naquele dia, data da diplomação de Lula, eleitores bolsonaristas ficaram revoltados com o cumprimento do mandado de prisão contra indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador do ex-presidente da República. A ação foi uma determinação do STF. Os apoiadores de Bolsonaro tentaram invadir a sede da PF, na região central de Brasília. Houve quebra-quebra, depredação de lojas, carros e ônibus.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
“Tinha havido aquela atuação canalha que envolveu inclusive gente de Brasília, quando tacaram fogo em ônibus no dia em que fui diplomado. Eu estava no hotel assistindo a eles queimando ônibus, carros, e a polícia acompanhando sem fazer nada. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República (Jair Bolsonaro), o governador de Brasília (Ibaneis Rocha) e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF (Distrito Federal). Isso havia, inclusive com policiais federais participando. Ou seja, aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse”, disse o presidente, em entrevista divulgada há pouco pelo jornal.
Diante desse episódio de 12 de dezembro, Lula afirmou que ocorresse algo mais drástico durante a sua posse. “Não tinha visto o que eu vi aqui. Foi uma coisa inusitada, depois de uma eleição… Eu imaginava que eles tentassem fazer alguma coisa na posse. Acho que eles ficaram com medo porque havia muita gente”, declarou Lula.
Pelo jeito, o sistema terá que dar outra desculpa para manter em vigor o inquérito das fake news.
Bolsonaro, Lula e Ibaneis: ataques ocorreram no dia da diplomação do petista – (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil Beto Barata/PL Renato Alves/Agência Brasília)