Em jogo decidido no primeiro tempo no Mané Garrincha, Leoas do Planalto usam oportunismo como arma para garantir o quinto título consecutivo do Distrito Federal
Paulo Martins* +
postado em 07/10/2023 12:01 / atualizado em 07/10/2023 12:09
A realeza segue a imperar no futebol do Distrito Federal. Na manhã deste sábado (7/10), o Real Brasília venceu o Minas Brasília por 3 x 1, no Estádio Nacional Mané Garrincha e se consagrou campeão do Candangão Feminino em 2023. A vitória garantiu um precedente invicto em finais contra as rivais desde 2019.
Com isso, o time da Vila Planalto alcança o quinto título da competição, sendo o único na história a fazê-lo de forma consecutiva. No quadro de taças, a equipe supera o CFZ e se isola na vice-liderança entre os maiores campeões candangos, ficando a dois troféus do heptacampeão Cresspom.
Em jogo decidido no primeiro tempo, Real Brasília o têm oportunismo como arma para garantir o pentacampeonato consecutivo do Distrito Federal, ao vencer o Minas Brasília – (crédito: Júlio César Silva/Real Brasília)
O jogo
Mesmo debaixo do forte sol na capital federal, o técnico Jorge Marinho não mudou a filosofia de jogo e apertou no começo, em uma pressão alta e incômoda às Leoas. A primeira oportunidade do jogo foi das Minas, com mais posse de bola, em disparo perigoso de De La Torre aos seis minutos.
O Real tinha a opção dos contra-ataques e levou perigo na finalização de Carol, aos 15. Três minutos depois, na primeira oportunidade clara de Dani Silva no jogo, a artilheira foi garçonete e deu ótimo passe por elevação para Nenê, que tirou a marcação pela direita, na área, bateu cruzado e abriu o placar.
A resposta, com um confronto mais físico e faltoso, veio em cobrança de falta de Karen, que passou perto do gol de Keikei, aos 23. O time da Vila Planalto respondeu também pelo alto, em cabeçada perigosa de Nay, que exigiu um milagre de Rubi, antes da parada técnica.
Após a pausa, a goleira do clube verde viu a pressão seguir e não pôde impedir o segundo gol, em uma pintura na altura dos 32 minutos. Tudo começou com uma caneta de Lorena Bedoya no meio campo: a bola — obrigatoriamente — passa por Dani Silva, pela direita, servindo a Lady Andrade que, em cruzamento perfeito para a segunda trave, colocou Carol no lugar perfeito para um toque de genialidade, por cobertura, ampliando o marcador.
O aproveitamento fatal do Real condicionou o título antes do intervalo, com o Minas com demasiados ajustes por fazer no intervalo. A etapa final repetiu o panorama do primeiro tempo, com a obrigação de lutar por uma recuperação. O desgaste do meio-campo deixava o ataque cada vez menos municiado e preso à consistente defesa das Leoas, tanto em jogo armado quanto nos contragolpes.
A única oportunidade clara havia sido uma batida cruzada de Karen, já com dois minutos. A atacante era a válvula de escape, a jogadora mais a fim do jogo. Foi figura na tentativa de recolocar a equipe na partida ao bater falta perigosa aos 19 e exigir grande defesa de Keikei aos 23. O restante do time rodava a bola na frente da área, mas não encontrava maior espaço para elaborar situações de perigo.
Jorge Marinho também demorou a mexer na equipe, sem encontrar soluções. Do outro lado, Camilla Orlando contou com uma maior rotação no elenco para garantir maior conforto na resistência, no primeiro título da treinadora à frente da instituição. Bastou um contra-ataque para matar o duelo e este veio aos 36: Maiara Fraga teve liberdade pelo lado esquerdo, saiu cara a cara com Rubi e tirou a arqueira para consolidar a goleada e o pentacampeonato.
As Minas ainda tiveram um pênalti, convertido por Karen, aos 46 minutos, como gol de honra. Já era tarde demais para reagir. A queda da campanha invicta representa uma seca desde 2018 para as únicas campeãs nacionais da capital federal, que tentarão o acesso à elite em 2024.
Em jogo decidido no primeiro tempo, Real Brasília o têm oportunismo como arma para garantir o pentacampeonato consecutivo do Distrito Federal, ao vencer o Minas Brasília – (crédito: Júlio César Silva/Real Brasília)
Ficha técnica — Real Brasília 3 x 1 Minas Brasília
Real Brasília
Keikei; Rafaela Soares, Carol, Nay e Maiara (Luciana); Petra, Lady Andrade, Lorena Bedoya (Sabrina) e Maria (Maiara Fraga); Dani Silva (Natasha) e Nenê (Juliana). Técnica: Camilla Orlando
Minas Brasília
Rubi; Hadri, Mariana Pires, Mayara e Thalita; Ju Morais, De La Torre (Monse) e Verena (Joycinha); Silvânia (Letícia), Karen e Keké. Técnico: Jorge Marinho
Gols: Nenê, aos 18, Carol, aos 32 minutos do 1º tempo, e Maiara Fraga, aos 36 minutos do 2º tempo (Real Brasília); Karen, aos 46 minutos do 2º tempo (Minas Brasília)
Cartões amarelos: Nay, Sabrina e Petra (Real Brasília); Mayara e Ju Morais (Minas Brasília)
Arbitragem: Pedro Alves de Oliveira
* Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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