Pedra Fundamental da Capital Federal se torna Patrimônio Cultural do Brasil

Pedra Fundamental da Capital Federal se torna Patrimônio Cultural do Brasil

 

Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan decidiu pelo tombamento nesta terça (16); monumento de 103 anos está localizado no centro do país

 

Foto: Aretha Rodrigues/Iphan – Foto: Foto: Mariana Alves/Iphan

 

APedra Fundamental da Capital Federal, localizada no Distrito Federal (DF), se tornou Patrimônio Cultural do Brasil nesta terça-feira (16). Em sua 110ª reunião, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão colegiado do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), decidiu pelo tombamento do bem cultural, sendo inscrito no Livro do Tombo Histórico por marcar o início do processo de transferência da capital federal para o centro do Brasil e ser erguida em comemoração ao primeiro centenário da Independência do país.

 

 

“Numa perspectiva de futuro sustentável, a gente precisa fazer uma refundação da capital da República. Brasília foi criada para ser exemplo do Brasil, referência para o restante do país. E esse tombamento vai cumprir o propósito de apontar para o futuro, de atrair principalmente crianças e adolescentes para entender a importância da capital.”, afirmou o presidente do Iphan, Leandro Grass.

 

De acordo com o relator do processo de tombamento, o ex-governador do Distrito Federal e professor Cristovam Buarque, o valor da Pedra Fundamental engloba uma narrativa que conecta passado, presente e futuro. “da Missão Cruls de 1892, passando pelo marco de 1922 (centenário da independência), até a fundação de Brasília em 1960 e sua permanência como referência simbólica para a comunidade local”, disse o Buarque, que sinalizou a importância do monumento para as próximas gerações.

 

“Eu gostaria de ver esta Pedra não apenas como lembrança do passado dos brasileiros, que pensaram ousaram, construíram e transferiram a capital. Mas como símbolo do futuro. O Brasil precisa pensá-la como pedra fundamental de um desenvolvimento justo, sustentável. A pedra fundamental de um Brasil sem pobreza, com proteção a todos os seus patrimônios culturais.”, completou, defendendo seu tombamento.

 

Foto: Mariana Alves/Iphan

 

A história e o ineditismo do projeto de mudança da capital

 

A Pedra Fundamental da Capital Federal foi erguida em 7 de setembro de 1922, em um momento em que a jovem República, proclamada em 1889, buscava reafirmar seus símbolos e consolidar sua legitimidade. A inauguração contou com a presença do então presidente da República, Epitácio Pessoa, e ocorreu em território pertencente ao estado de Goiás – atualmente, cidade de Planaltina, território do Distrito Federal.

 

O ato oficializou a vontade política de cumprir a determinação constitucional da Carta de 1891, que previa a transferência da capital para o interior do país. Nesse gesto, juntavam-se ideais de unidade, soberania e integração nacional.

 

Para Buarque o monumento expressa a materialização de um projeto civilizatório que buscava construir um Brasil moderno, centralizado e unificado. “O monumento tornou-se testemunho de um ideal que se manteve vivo ao longo de décadas e que seria finalmente concretizado com a fundação oficial de Brasília em 21 de abril de 1960, durante o governo de Juscelino Kubitschek”. Segundo ele, essa mudança é inusitada na história do mundo.

 

“Não foi a primeira vez que o Brasil mudou sua capital. O Brasil não é o primeiro país que muda a localização de sua capital nem o primeiro a ter uma nova capital planejada. Mas nenhum outro país fez essa transferência com o esforço do Brasil, como uma epopeia do ponto de vista da arquitetura das edificações, da ocupação do Planalto Central. De fato, Brasília mudou o Brasil.”, finalizou.

 

Foto: Aretha Rodrigues/Iphan

 

Virou patrimônio cultural do Brasil, e agora?

 

A partir de agora, o corpo técnico do Iphan e a comunidade local, juntos, vão desenvolver políticas públicas para a preservação da Pedra Fundamental da Capital Federal. O objetivo é preservar as características materiais do monumento, proteger a visibilidade do entorno e estimular programas educativos voltados à comunidade local e aos visitantes, ressaltando a importância da preservação do patrimônio cultural.

 

“O que é mais importante é o modo como a própria comunidade está envolvida com esse processo. E vemos com muita felicidade esse resultado. Vamos imaginar que, a partir de agora, grandes possibilidades de trabalhar em conjunto com a comunidade.”, afirmou Thiago Perpétuo, superintendente do Iphan no Distrito Federal.

 

O parecer técnico enfatiza, ainda, a necessidade de implementar um plano de gestão e conservação preventiva, com rotinas de monitoramento e manutenção periódica, articulado entre Iphan, o Governo do Distrito Federal (GDF) e a comunidade local. Ressalta também que o tombamento deve vir acompanhado de estratégias de valorização educativa e interpretativa, garantindo não apenas a integridade física do monumento, mas também a ampliação de sua função social e pedagógica.

 

Vale lembrar que a Pedra Fundamental da Capital Federal foi tombada pelo Distrito Federal em 7 de setembro de 1982, por meio do Decreto nº 7010, que delimita ainda uma área de entorno, com forma circular e raio de 1,5km. Destaca-se que a responsabilidade da conservação é do Governo do Distrito Federal (GDF) por meio da sua Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e os custos para manutenção do objeto estão previstos no orçamento do GDF, de acordo com a Lei Complementar nº 1019/2023.

 

 

Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural

 

É o órgão colegiado de decisão máxima do Iphan para as questões relativas ao patrimônio brasileiro material e imaterial, criado pela mesma lei que instituiu o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), hoje, Iphan, a Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937.

 

O Regimento Interno determina que o presidente do Iphan é também presidente do Conselho, o qual conta com nove representantes de órgãos e entidades do governo federal e cinco entidades profissionais. Também compõem o Conselho 15 representantes da sociedade civil, indicados pela presidência do Instituto e designados por ato do Ministro de Estado da Cultura, ministério ao qual o Iphan está vinculado.

 

 

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Categoria

 

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