Soft skills: a nova exigência do mercado que ninguém ensina na faculdade
_Empatia, escuta ativa e inteligência emocional estão entre as competências mais valorizadas nas empresas – Camila Torres – psicóloga e coach especializada em desenvolvimento profissional, aponta como essas habilidades vêm moldando o novo perfil do trabalhador_
Em um mercado cada vez mais competitivo, não basta ter conhecimento técnico ou um bom currículo. As empresas têm buscado algo além: profissionais com soft skills bem desenvolvidas. Comunicação eficaz, empatia, escuta ativa, inteligência emocional e liderança humanizada já são consideradas habilidades indispensáveis, mas raramente ensinadas de forma estruturada durante a formação acadêmica.
Doutora em psicologia do trabalho, Camila Torres observa, em sua prática clínica, consultiva e pesquisas um aumento expressivo na demanda por orientação relacionada ao desenvolvimento dessas competências. “Muitos profissionais chegam até mim com dificuldades de comunicação, insegurança ou falta de clareza nas suas competências relacionais. São barreiras que impactam diretamente no desempenho, mesmo entre os mais capacitados tecnicamente”, explica.
Mais do que um diferencial, habilidades socioemocionais vêm sendo tratadas como critério de permanência no mercado. Líderes com escuta ativa e postura acolhedora, por exemplo, estão mais aptos a engajar equipes, dar feedbacks construtivos e mediar conflitos. “Empresas que investem em ambientes psicologicamente seguros e em lideranças humanizadas tendem a reter mais talentos e alcançar melhores resultados financeiros e de saúde dos trabalhadores, afirma Camila.
Outro ponto levantado pela psicóloga é a autoconfiança: “Temos excelentes profissionais que não conseguem se posicionar por medo de errar ou por sentirem que não pertencem àquele espaço. Trabalhar o autoconhecimento e a autopercepção é essencial para que essas pessoas possam ocupar seus lugares com mais segurança.”
Para Camila Torres desenvolver soft skills é um processo contínuo que exige intencionalidade. “É possível, sim, treinar essas habilidades no dia a dia – com mudanças de postura, escuta mais qualificada e abertura para o outro. A psicologia pode ser uma grande aliada nesse percurso.”
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