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Ataques de Israel na Faixa de Gaza matam 61 pessoas em 48 horas

Conflito foi paralisado na semana passada para a vacinação de mais de 600 mil crianças menores de 10 anos contra a poliomielite.

 

Por Reuters

07/09/2024 10h29  Atualizado há 11 horas

 

Foto liberada pelo Exército de Israel de operação em Gaza. — Foto: Israeli Army / AFP

 

Ataques militares israelenses na Faixa de Gaza Palestina mataram pelo menos 61 pessoas no período de 48 horas, afirmaram médicos locais neste sábado (7). Forças israelenses lutam contra militantes liderados pelo Hamas no território.

 

Onze meses após o início da guerra, várias rodadas de diplomacia até agora não conseguiram fechar um acordo de cessar-fogo para encerrar o conflito e trazer a libertação de reféns israelenses e estrangeiros mantidos em Gaza, bem como muitos palestinos presos em Israel.

 

Um ataque aéreo israelense no complexo escolar Halima al-Sa’diyya, que serve como abrigo para pessoas deslocadas no campo de refugiados urbanos de Jabalia, matou pelo menos oito pessoas e feriu outras 15, disseram médicos.

 

O exército israelense afirmou que o ataque tinha como alvo um centro de comando do Hamas dentro do complexo. Israel acusa o Hamas de explorar repetidamente civis e infraestrutura civil para fins militares, uma alegação que o Hamas nega.

 

Mais cinco pessoas foram mortas em um ataque a uma casa na Cidade de Gaza.

 

As alas armadas dos grupos Hamas, Jihad Islâmica e Fatah, disseram que lutaram contra tropas israelenses na Cidade de Gaza, em áreas centrais e no sul, com foguetes e morteiros antitanque. Em alguns incidentes, detonaram bombas para atingir tanques e outros veículos do exército.

 

Os dois lados em guerra continuaram a culpar um ao outro pelo fracasso dos mediadores – incluindo o Catar, o Egito e os Estados Unidos – em intermediar um cessar-fogo. Os EUA estão se preparando para apresentar uma nova proposta, mas as perspectivas de um avanço não são promissoras, considerando o desacordo persistente entre as partes envolvidas no conflito.

 

O diretor da CIA, William Burns, o principal negociador dos EUA, disse em um evento em Londres que uma proposta mais detalhada seria feita nos próximos dias.

 

Foto liberada pelo Exército de Israel de operação em Gaza. — Foto: Israeli Army / AFP

 

Pausa no conflito para vacinação

 

Na quinta-feira (29), o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que era responsabilidade tanto de Israel quanto do grupo islâmico palestino Hamas de fazer concessões para chegar a um acordo.

 

Neste sábado (31), o alto funcionário do Hamas, Hossam Badran, disse que o grupo não fez novas exigências e permaneceu comprometido com uma proposta de 2 de julho apresentada pelos Estados Unidos, acusando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de impor novas condições que não acabariam com a guerra.

 

Netanyahu diz que foi o Hamas que introduziu condições inaceitáveis.

 

Apesar do impasse, a Organização das Nações Unidas (ONU), em colaboração com autoridades de saúde locais, realizou uma campanha para vacinar 640.000 crianças em Gaza após seu primeiro caso de poliomielite em cerca de 25 anos. Pausas limitadas nos combates permitiram que a campanha prosseguisse.

 

Autoridades da ONU disseram que estavam progredindo, tendo alcançado mais da metade das crianças que precisavam das gotas nas duas primeiras etapas no sul e centro da Faixa de Gaza.

 

A campanha se moverá para o norte da Faixa de Gaza. Uma segunda rodada de vacinação será necessária quatro semanas após a primeira.

 

O mais recente derramamento de sangue no conflito israelense-palestino de décadas foi desencadeado em 7 de outubro, quando o grupo Hamas atacou Israel, matando 1.200 e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com contagens israelenses.

 

O ataque subsequente de Israel ao enclave matou mais de 40.900 palestinos, de acordo com o ministério da saúde local, ao mesmo tempo em que deslocou quase toda a população de 2,3 milhões, causando uma crise de fome e levando a alegações de genocídio no Tribunal Mundial, o que Israel nega.