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MST fecha a BR 101 em vários pontos na Bahia

Ação do movimento é em protesto ao assassinato da indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade do povo Patoxó Hã-Hã-Hãe

 

Redação O Antagonista

 

Cerca de 500 militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fecham diversos pontos da BR 101 no Sul da Bahia. O protesto ocorre, segundo o movimento, em solidariedade ao povo Pataxó Hã-Hã-Hãe.

 

Trechos da estrada localizados entre as cidades do extremo Sul como Teixeira de Freitas, Itamaraju e Itabela, no Sul e no Sudoeste da Bahia, estão totalmente fechados prejudicando usuários da rodovia.

 

Conflito entre indígenas e fazendeiro

 

No último domingo, 21, na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia, uma indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãe foi assassinada e outras pessoas ficaram feridas após disparos de arma de fogo.

 

O que

 

O conflito teve início entre os indígenas, que ocupavam a Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, e os fazendeiros que reivindicam a posse da área, conforme confirmado pelo Ministério dos Povos Indígenas.

 

A vítima fatal, identificada como Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, tinha 52 anos e era irmã do cacique Nailton Muniz, que também foi baleado e está internado em um hospital. Além deles, outros três indígenas foram feridos, incluindo uma mulher que teve o braço quebrado.

 

Segundo informações, cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram após receberem um chamado via WhatsApp para recuperar a posse da Fazenda Inhuma por meios próprios. O grupo se autodenomina Movimento Invasão Zero.

 

Ontem à tarde, dois fazendeiros foram presos em flagrante. Eles foram autuados por homicídio e tentativa de homicídio. Quatro armas de fogo foram apreendidas com eles.

 

MST fecha a BR 101 em vários pontos na Bahia

 

O que diz o povo Pataxó

 

A comunidade Pataxó se manifestou através de um perfil no Instagram, relatando que dois carros foram incendiados pelos invasores. Vários indígenas foram baleados em diferentes partes do corpo.

 

Não iremos aceitar que continuem derramando o sangue de nossos parentes em nosso território“, declarou a comunidade.

 

O autor dos disparos que vitimou Nega Pataxó, assim como outro fazendeiro, foram detidos. Além disso, um indígena foi detido portando uma arma artesanal. Segundo a Polícia Militar, um fazendeiro também foi ferido por uma flecha no braço.

 

Na noite de ontem, o governador convocou uma reunião extraordinária para coordenar o trabalho das secretarias envolvidas nas investigações deste conflito.